Foi nos nos cinquenta,
que em Barrancos aconteceu,
uma trovoada medonha.
com um raio...uma mulher morreu
E aquela tão jovem mulher,
que de lavar sua roupa vinha,
quando um raio a fulminou,
lá para os lados do baldio!
Eu tinha então oito anos,
meus pais estavam na feira de Moura,
quando tudo aconteu,
com uma trovoada medonha!
E... como ainda em lembro,
daquele raio e trovão,
meu cuidava de nós,
de mim s do meu irmão João!
Só que naquele momento,
meu avô se tinha ausentado
e eu e meu irmão João,
estavamos cada um em seu lado!
Eu vinha trazer à taberna
que o meu pai sempre teve,
um cesto cheio de carvão,
para manter o café quente
ardia todo o dia... no fogão!
Aquele estrondo tamanho,
assustou meu coração,
e fiquei tão amedrontada,
e fugi tão atarantada,
espalhando todo carvão!
Foi um grande reboliço
que se gerou em Barrancos,
nesta vila tão pacata,
quando se soube a notícia
que um raio uma mulher matara!
Toda a população chorou
com grande constrangimento,
a desgraça, daquele raio maldito,
que sem dó nem piedade,
aquela jovem fulminou!
E passaram tantos anos
que tal desgraça se deu,
tudo foi muito rápido,
mas eu ainda me lembro,
como tudo aconteceu!
Barrancos vila pequena
toda gente se conhece
somos todos uns pelos outros
que aquele raio maldito,
quem o ouviu, não esquece!
Ao longo da minha vida,
desde que por mim raciocino
vou lenbrando e lastimando
a grande desgraça provocada,
pelo maldito raio assassino!
E tenho mesmo a certeza,
de que todos que assistiram
e os jovens da minha geração,
lembram aquela tragédia
com um aperto no coração!
Relembrando esta tragédia,
tragédia que eu própria vivi,
estes versos escrevi
passados mais de 60 anos,
esta desgraça nunca esqueci!
antonia bergano
1.11.2015
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