sábado, 7 de novembro de 2015

SOLIDARIEDADE - 5.04.2014

Passaram-se tantos anos,
eu era ainda uma criança
mas jamais esquecerei....
quando em Barrancos se deu,
grande fluxo de emigração! "anos 50/60"
Homens que obrigados a partirem,
para a França e para a Suissa,
para ganharem o seu pão,
deixavam suas famílias
com grande dor no coração!
Era a dor da ausência...
era a door de saudade...
era a dor da sobrevivência...
era a dor da incerteza...
pois muitos saíam a salto,
inseguros no destino...
sem  certezas de trabalho!
Partiram ao Deus dará,
mas tinham de arriscar
por variadas razões...
sobretudo para seus filhos criar,
com o mínimo de condições!
E as famílias resignadas,
encaravam este destino,
e íam sendo ajudadas,
por aqueles que por sorte,
tinham grande coração,
e os íam ajudando,
sem nenhuma condição...
apenas emprestando dinheiro,
no mínimo para a alimentação,
uns podim... mas outros não!
E quem ajudava então?
não era o antigo patrão,
eram os estabelecidos...
como o meu pai Taberneiro,
ou a minha mãe Pdeira,
ou outros remediados....
que íam dando uma mão
a estas famílias com filhos,
para que não faltasse o pão
e vivessem com resignação!
Isto não era caridade,
mas era uma ajuda sã,
era Solidariedade...
que se fazia com gosto,
mas também com sacrifício,
porque o dinheiro era pouco!
mesmo nos mais remediados
e era feito por muitos outros,
como o meu pai e minha mãe!
E com estes valores crescemos,
aprendendo com a vida...
marcada com ferro em brasa,
sabendo dar muito valor.
a esta Solidariedade,
não cobrando resompensa,
feita de boa vontade,
ficando de bem com a consciência,...
rejeitando a caridade!!!

antonia bergano
7.11.2015

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